Título: Auto-retrato do escritor enquanto corredor de fundo
Autor: Haruki Murakami
Nº de Páginas: 186
Editora: Casa das letras
Nº de Páginas: 186
Editora: Casa das letras
Sinopse: «Em 1982, ao mesmo tempo que abandonava o lugar à frente do clube de jazz e que tomava a decisão de se dedicar à escrita, Haruki Murakami começava a correr. No ano seguinte, abalançou-se a percorrer sozinho o trajecto que separa Atenas da cidade de Maratona.
Depois de participar em dezenas de provas de longa distância e em triatlos, o romancista reflecte neste livro sobre o que significa para ele correr e como a corrida se reflectiu na sua maneira de escrever. Os treinos diários, a sua paixão pela música, a consciência da passagem do tempo, os lugares por onde viaja acompanham-no ao longo de um relato em que escrever e correr se traduzem numa forma de estar na vida.
Diário, ensaio auto-biográfico, elogio da corrida, de tudo um pouco podemos encontrar aqui. Haruki Murakami abre o livro das confidências (e a sua alma) e dá a ler aos seus fiéis leitores uma meditação luminosa sobre esse ser bípede em permanente busca da verdade que é o homem.»
Neste diário conceptual ficamos a conhecer os hábitos que Murakami trás consigo à muito tempo e que acabaram por permanecer e agora fazem parte integrante da sua rotina. Conseguimos perceber uma certa relação de amor-ódio do autor com a corrida que, embora incuta algum sofrimento, lhe dá muito mais do que aquilo que lhe pede, acabando mesmo por ajudá-lo a libertar uma certa tensão do corpo e dar-lhe uma enorme sensação de liberdade, o que acaba inevitavelmente por ajudá-lo no seu verdadeiro ofício, a escrita.
Como se de uma personagem se tratasse, sentimo-nos apegados ao autor ao passo que vamos ouvindo as suas aventuras corredoras um pouco por todo o lado. Agradou-me especialmente o capítulo em que participa na ultra-maratona, percorrendo de uma assentada 100 quilómetros. Nessa corrida em questão, é-nos relatado o sofrimento do corredor de fundo em prol do seu objectivo, moral com a qual me identifico particularmente e que, visto de outro ângulo pode muito bem ser uma metáfora aplicada no dia-a-dia.
Espero voltar a ler Murakami.
Sem comentários:
Enviar um comentário